Casa das Minas



A Casa das Minas localiza-se em São Luís, encontrando-se tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo processo nº 1464-T-00, de 2002.

Os voduns da Casa das Minas, de quem se conhecem os nomes de aproximadamente sessenta, agrupam-se em três famílias principais e duas que são hóspedes da casa, a saber: a família real de Davice, a que pertence o vodum dono da casa,  Zomadônu e outros, que como ele são relacionados com a família real do Daomé, como: Dadarrô, Doçú, Bedigá, Sepazin, Agongônu, Toçá, Tocé, Jogorobossú; a família de Quevioçô (dos voduns chamados nagôs), como Badé, Sobô, Lôco, Liçá, Averequête, Abê e outros; a família de Dambirá (que cura a peste e outras doenças), chefiada por Acossi Sakpatá e que incluí entre outros Azíli, Azônce, Polibojí, Lepon, Alôgue, Ewá, Bôça e Boçucó.

Existem ainda voduns agrupados na família de Aladanu, hóspedes de Quevioçô, como Ajaúto e Avrejó e da família de Savaluno, hóspede de Zomadônu, como Agongonu e Jotim. Cada família ocupa uma parte específica da casa e tem cânticos, comportamentos e atividades próprias.

Na Casa das Minas as vodunsis só recebem um vodum e só dançam quando estão com ele. Durante o transe os voduns não comem, não bebem, não satisfazem necessidades fisiológicas, cantam e dançam com os olhos abertos, conversam entre si e com devotos, dão conselhos e alguns gostam de fumar.

Na mina-jeje os toques são realizados por três tambores com couro numa só boca (hum, humpli e gumpli), batidos com a mão e com aguidavi. São também acompanhados pelo ferro (gã) e por cabaças pequenas revestidas de contas coloridas. Nas festas as vodunsis em transe, usam saias lisas na mesma cor ou estampada, blusa branca rendada, toalha branca bordada amarrada no seio ou na cintura, guias e rosários de miçangas pequenas coloridas em que predominam o marrom (gonjeva), carregam na mão um lenço branco pequeno e usam sandália. Algumas usam símbolo do seu vodum, como bengala, rebenque, guizos, lenço colorido no ombro e cabelos soltos.

Uma grande Noche ou Sacerdotisa, foi Mãe Andresa, última princesa de linhagem direta Fon que nasceu em 1850 e morreu em 1954, com 104 anos de vida.

Não possui casas que lhe sejam filiadas, daí porque nenhuma outra siga completamente seu estilo. Nesta casa os cânticos são em língua jeje (Mina-Ewê-Fon) e só se recebem divindades denominadas de voduns. O modelo do culto do Tambor-de-Mina é grandemente influenciado pela Casa das Minas.